26.2.07

Lisboa

Apesar de conhecer Lisboa desde que me conheço, nunca consegui e não sei se conseguirei alguma vez perceber o que sentem os turistas quando aqui chegam.
Hoje decidi que ia tentar ser turista em Lisboa.


Decidi ir sozinha visto que sozinho se tem mais facilmente a sensação de estar perdido, às vezes de medo e outras até, de pânico, mas tembém se toma mais atenção aos detalhes e às coisas bonitas.


Tinha como objectivo apanhar o eléctrico 28!!!


Cheguei à Baixa e comecei a andar a pé até à Sé, passando pela Casa dos Bicos e pelo Fontanário d'el Rei (não sabia que existia) e comecei a subir já bem perto de Santa Apolónia.
As ruas da Sé numa segunda-feira, mesmo num dia de Sol são desertas, até as dezenas de esplanadas e pracetas, o que chega a ser arrepiante. Apenas se encontra de vez em quando um velhinho ou dois sentados num degrau, talvez a pensar no que foi a sua vida, no que será, ou até mesmo se continuará a ser...
Continuei a andar sempre sem apanhar o eléctrico 28, conhecido pelo seu percurso fantástico e que eu queria experimentar, mas como em qualquer viagem há contratempos e mudanças de objectivos de última hora e assim, lá subi até à Graça, passando por becos e arcos e ruelas que nunca tinha visto.


Chegada ao miradouro da Graça parei para um café. Se este não é o miradouro mais interessante de Lisboa também não há-de ser dos que deixam mais a desejar. Aqui as pessoas divergem bastante no aspecto mas não nos objectivos: aproveitar a tarde de Sol, ver uma bela paisagem e pôr a conversa em dia..
Alguém na mesa ao lado comentava: "apanhar Sol, beber cerveja e fumar cigarros não é mesmo nada saudável". Assim de repente também me pareceria que não, mas vistas bem as coisas será mais saudável passar este magnífico dia de Sol enfiado num escritório com ar condicionado, ser controlado pelo patrão, não apanhar Sol (às vezes nem vê-lo), sem beber cerveja e sem fumar cigarros? Ou seja, como em tudo na vida, é muito relativo e depende da frequência. Não me parece nada que esta paisagem, juntamente com a música e com os pássaros que teimam em não se calar, possa alguma vez fazer mal à saúde, independentemente de tudo o resto que se esteja a fazer.




Senti-me um bocadinho turista, mas como não tinha de voltar a lado nenhum para fazer ou desfazer malas, nem andei a correr para ver o mundo em 5 minutos, não tem a mesma piada!


(Pra descer apanhei finalmente o 28 e tinham razão!)





1 comentário:

Unknown disse...

Bela tarde, anita!

O magnífico E28!!

Na minha hulmilde opinião, nada se compara ao sol de Lisboa a bater na calçada num fim de tarde de primavera, daquelas quentinhas em que se sai da universidade ou do trabalho e se vê o pôr do sol,

às colinas, ao sobe e desce dos eléctricos...

Viena pode ser bonita, Paris e todas as cidades por onde tenho andado,

mas o sabor de Lisboa mais nenhuma tem.