23.2.07

Sem fronteiras

"Durante diversos séculos, a arte viveu no estatuto da representação. Isto é, considerava-se que a sua função era transpor para o espaço das formas conteúdos do mundo: Deus, os anjos, as paisagens, os interiores, os milagres, os rostos, a anunciação. Era no modo belo como essa transposição se fazia, na forma como reproduzia com exactidão a prega de um manto ou a ruga de um rosto, na maneira como trazia para tudo isto as marcas da beleza, que a representação se consagrava ou considerava falhada. Ainda hoje, um espectador nos vem dizer que a realidade é mesmo assim: a vida tal como ela é - na forma da arte.
(...)O que importa é sempre a interrogação: o que é pinta? O que é dançar? O que é esculpir? O que é escrever? Por outras palavras, que materiais estão implicados num processo deste tipo? E com que gestos alguém os trabalha? E como é que aquele que lê, vê, ouve, acompanha os passos da dança, entra nesse processo, participa dele?
(...) O que hoje se verifica é que a arte existe sem fronteiras. Tudo desliza, tudo flui. (...) A arte hoje é arte e não é arte, é tecnologia e não é tecnologia, é vida e não é vida.(...) Não importa se são artes ou não são. Podem ser incluídos em processos artísticos. Mas em muitos casos a referência estética é considerada abusiva: há fotógrafos que não querem que a fotografia seja uma arte; há «designers» que pretendem esquecer os lugares da arte e ocupar o mundo segundo padrões que não obedecem às fórmulas a que estávamos habituados.
(in JA220/221)




E será que vale a pena pensar se aquilo que fazemos é arte? Acho que devemos fazer as coisas porque nos dão gozo, como tirar fotografias e tentar que fiquem o melhor possível, até se podem ganhar concursos, mas será arte? Ou técnica? Ou ciência?


É por isso que quando tiro fotografias o faço para me divertir, porque depois até sinto um certo orgulho se ficam benzito, e é por isso também que faço "artesanato" nos tempos livres, acima de tudo, porque me divirto bastante!




1 comentário:

Anónimo disse...

olha que as joias nao estao nada mas, muito pelo contrario. e belissimas fotografias.